O amadurecimento da mulher faz com que a idade perfeita para ter filhos seja entre os vinte e cinco e os trinta anos de idade. Após os 35 anos, segundo médicos especialistas em fecundidade, já é possível constatar uma queda na fertilidade. Essa queda também é constatada nos homens, embora mais tardiamente que na mulher. O volume de sêmen ejaculado também passa a sofrer alterações com avanço da idade, especialmente após os 60 anos. Além da idade, doenças, alterações hormonais e o psicológico são fatores que influenciam na capacidade de fecundação tanto no homem como na mulher, cada um com suas especificidades. Por Julyana Silveira
As causas femininas mais frequentes são a síndrome dos ovários micropolicisticos, endometriose e alterações nas trompas uterinas. Já a baixa qualidade dos espermatozoides pode ser decorrente, principalmente, de patologias hormonais no homem, alterações vasculares (varicocele), traumas testiculares, infecções testiculares e fatores ambientais, segundo o ginecologista e obstetra, Dr. Marcelo Cavalcante.
A causa mais comum de infertilidade masculina é a baixa produção de espermatozoides. O uso de certas substâncias antidepressivas, remédio para a calvície e excesso de álcool, por exemplo, também são fatores que podem influenciar na capacidade masculina de reprodução. Outros fatores ambientais, como tabagismo, o uso de drogas, contato com poluentes e a obesidade também favorecem a dificuldade de reprodução. E diferente do que muita gente pensa, não são só nos homens que essas causas podem influenciar negativamente. “São influencias que podem afetar independente do sexo. Alguns desses fatores podem ser facilmente controlados. Outros, muitas vezes, nem são detectados”, ressalta Dr. Marcelo Cavalcante.
Já a varicocele, que é a dilatação dos vasos ao longo do cordão espermático, é uma condição bastante citada no quesito da infertilidade masculina. Segundo os especialistas, o problema está presente em 15% da população geral – adultos e adolescentes – e em 35% dos homens com infertilidade. O engenheiro civil, Júlio Célio Campos, 45 anos, foi diagnosticado com varicocele, o que provocou a baixa produção de espermatozoides dificultando a gravidez da esposa. “A principio foi constatado que eu tinha varicocele e que uma cirurgia desobstruindo as varizes no saco escrotal poderia liberar a produção, fiz a cirurgia, mas não resolveu”, lembra o engenheiro.
Como o caso não foi solucionado com a cirurgia, ele e a esposa passaram a buscar ajuda de um profissional especializado em fecundação na tentativa de engravidarem. “Recorremos inicialmente a um tratamento por meio de medicamentos que aumentariam a fertilidade da minha esposa. Este método não resolveu. Depois partimos para o método de inseminação artificial onde se pegaria os meus melhores espermatozoides com os melhores óvulos dela, neste processo foram inseminados nove óvulos perfeitos, na qual quatro foram fecundados dando certo somente um”, lembra o engenheiro. Após a primeira gravidez, o casal voltou a recorrer a reprodução assistida, na tentativa de ter um segundo filho, mas sem sucesso no procedimento. Seis anos depois da primeira gravidez, a esposa descobriu que estava grávida novamente. Hoje o casal têm duas meninas, Maria Júlia, 7 anos, e Maria Laura, 3 meses.
A idade do homem também pode prejudicar a fecundidade, fator antes atribuído somente para as mulheres. Segundo relata Dr. Marcelo Cavalcante, “em 2008, nosso grupo publicou um estudo que avaliou a interferência da idade do homem na qualidade seminal. Observamos uma redução da qualidade do sêmen com o avançar da idade, principalmente após os 60 anos. O volume de sêmen ejaculado foi o parâmetro que sofreu mais alteração”, explica.
Já nas mulheres o efeito da idade pode ser sentido após os 35 anos, quando já é possível constatar uma queda na fertilidade. Os estudos também apontam que além da diminuição da quantidade de óvulos trazida pelo aumento da idade, outra causa de infertilidade feminina é a deficiência de ovulação resultante de outros fatores. Mulheres submetidas a tratamentos, como quimioterapia e radioterapia geralmente deixam de ovular. Outra causa de ovulação deficiente é a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), alteração endócrina pela qual os ovários apresentam-se aumentados de tamanho e contêm múltiplos cistos (sacos repletos de líquido).
Outro causa de infertilidade nas mulheres é causada pela endometriose, que é a presença do endométrio fora da cavidade uterina. O endométrio é o tecido interno do útero, que o prepara para receber a gestação. Todo mês, quando a gestação não ocorre, parte do endométrio descama, dando origem à menstruação. Quando essa mucosa aparece em outras partes, que não o útero, é chamado de endometriose. Estudos mostram que 50% das mulheres com endometriose têm problemas de fertilidade. Os problemas podem ser: alteração na ovulação, alteração das trompas (entupimento), deficiência no transporte do óvulo fecundado, dificuldade de fertilização do óvulo e dificuldade de aderência do óvulo fecundado.
A arquiteta Lígia Mendes, 34 anos, foi diagnostica com endometriose o que tem causado dificuldade para engravidar. “No meu caso, eu também tinha cólicas fortes desde a adolescência, mas como era considerado tão comum, nunca investigamos sobre isso e hoje descobri da pior maneira, com a infertilidade”, relata à jovem. Após o diagnostico, a doença foi tratada e Lígia Mendes se preparou para uma inseminação artificial. “O procedimento não deu certo. Meses depois fizemos uma fertilização in vitro (FIV) e o resultado também foi negativo. No ano seguinte, cheguei a engravidar naturalmente e perdi logo no começo. Depois de alguns meses fizemos outra fertilização e o resultado foi indeterminado e depois negativo”, lembra.
Mesmo que os diversos diagnósticos que dificultam a infertilidade possam ser tratados, o psicológico também precisa estar bem estruturado para provocar o insucesso de uma gravidez. “Várias pesquisas demonstram essa relação do aspecto emocional e a dificuldade em engravidar. Muitas vezes, esses casais já passaram por momentos difíceis durante tratamentos sem sucesso ou perdas gestacionais, sendo necessário um apoio psicológico”, indica Dr. Marcelo Cavalcante.
Há também casos em que ambos, marido e mulher, apresentam dificuldades para engravidar, segundo Dr. Marcelo Cavalcante, o que a medicina chama de infertilidade conjugal. “Esse casos chegam a afetar de um a dois casais em cada 10 que tentam engravidar. As causas masculinas e femininas são encontradas isoladamente ou simultaneamente em até 80% de todos os casos”, destaca o especialista. A demora em alcançar uma gravidez espontânea é o critério para o diagnóstico de infertilidade conjugal. O diagnostico é dados quando casais que estão tentando engravidar há, no mínimo, 12 meses sem sucesso. A partir desse período recomenda-se a ajuda de um especialista. O passo seguinte é a investigação do casal. “Para a mulher são realizados exames hormonais que avaliam a ovulação e exames de imagem para investigar a integridade do aparelho reprodutor feminino. Para o homem, o espermograma é o exame de partida. Após essa avaliação inicial do casal, outros exames mais específicos podem ser solicitados”, explica Dr. Marcelo Cavalcante.
O especialista recomenda que esse período de um ano deve ser reduzido para seis meses, quando a mulher tiver 35 anos ou mais. Em casos que sabidamente existe um fator provocando infertilidade, como ovários micropolicísticos ou endometriose, essa busca pelo especialista deve ser imediata. Que foi o que aconteceu com Lígia Mendes, assim que descobriu a causa da sua dificuldade de engravidar buscou logo ajuda médica. “Agora aguardo e me preparo para uma próxima Fertilização In Vitro no ano que vem, ou quem sabe, algum milagre aconteça até lá”, torce a arquiteta.
O ideal é que homens e mulheres quando perceberem, assim como Lígia e Júlio Célio, dificuldade em engravidar procure a ajuda de um médico especializado. Investigar, ao menor sinal de dificuldade e tratar, quando necessário, é o melhor método para quem sonha em ter filhos.
Como prevenir a infertilidade
Existem alguns cuidados que o casal pode adotar para diminuir a possibilidade de infertilidade da mulher, do homem e de ambos. Confira:
• Praticar exercícios físicos regulares e sem exagero.
• Ter boa alimentação e tratar desordens alimentares.
• Proteger o casal das DST’s.
• Planejar a gravidez antes dos 35, que é a idade em que a fertilidade feminina diminui.
• Observar os dias férteis para aproveitar este período de maior chance de gravidez.
• O homem deve evitar roupas muito apertadas, ficar sentado por longos períodos de tempo ou trabalhar em locais muito quentes.
• O abuso das pílulas do dia seguinte também
• Cuidar da saúde de ambos, fazendo exames periódicos e tratando o que for necessário.
As causas femininas mais frequentes são a síndrome dos ovários micropolicisticos, endometriose e alterações nas trompas uterinas. Já a baixa qualidade dos espermatozoides pode ser decorrente, principalmente, de patologias hormonais no homem, alterações vasculares (varicocele), traumas testiculares, infecções testiculares e fatores ambientais, segundo o ginecologista e obstetra, Dr. Marcelo Cavalcante.
A causa mais comum de infertilidade masculina é a baixa produção de espermatozoides. O uso de certas substâncias antidepressivas, remédio para a calvície e excesso de álcool, por exemplo, também são fatores que podem influenciar na capacidade masculina de reprodução. Outros fatores ambientais, como tabagismo, o uso de drogas, contato com poluentes e a obesidade também favorecem a dificuldade de reprodução. E diferente do que muita gente pensa, não são só nos homens que essas causas podem influenciar negativamente. “São influencias que podem afetar independente do sexo. Alguns desses fatores podem ser facilmente controlados. Outros, muitas vezes, nem são detectados”, ressalta Dr. Marcelo Cavalcante.
Já a varicocele, que é a dilatação dos vasos ao longo do cordão espermático, é uma condição bastante citada no quesito da infertilidade masculina. Segundo os especialistas, o problema está presente em 15% da população geral – adultos e adolescentes – e em 35% dos homens com infertilidade. O engenheiro civil, Júlio Célio Campos, 45 anos, foi diagnosticado com varicocele, o que provocou a baixa produção de espermatozoides dificultando a gravidez da esposa. “A principio foi constatado que eu tinha varicocele e que uma cirurgia desobstruindo as varizes no saco escrotal poderia liberar a produção, fiz a cirurgia, mas não resolveu”, lembra o engenheiro.
Como o caso não foi solucionado com a cirurgia, ele e a esposa passaram a buscar ajuda de um profissional especializado em fecundação na tentativa de engravidarem. “Recorremos inicialmente a um tratamento por meio de medicamentos que aumentariam a fertilidade da minha esposa. Este método não resolveu. Depois partimos para o método de inseminação artificial onde se pegaria os meus melhores espermatozoides com os melhores óvulos dela, neste processo foram inseminados nove óvulos perfeitos, na qual quatro foram fecundados dando certo somente um”, lembra o engenheiro. Após a primeira gravidez, o casal voltou a recorrer a reprodução assistida, na tentativa de ter um segundo filho, mas sem sucesso no procedimento. Seis anos depois da primeira gravidez, a esposa descobriu que estava grávida novamente. Hoje o casal têm duas meninas, Maria Júlia, 7 anos, e Maria Laura, 3 meses.
A idade do homem também pode prejudicar a fecundidade, fator antes atribuído somente para as mulheres. Segundo relata Dr. Marcelo Cavalcante, “em 2008, nosso grupo publicou um estudo que avaliou a interferência da idade do homem na qualidade seminal. Observamos uma redução da qualidade do sêmen com o avançar da idade, principalmente após os 60 anos. O volume de sêmen ejaculado foi o parâmetro que sofreu mais alteração”, explica.
Já nas mulheres o efeito da idade pode ser sentido após os 35 anos, quando já é possível constatar uma queda na fertilidade. Os estudos também apontam que além da diminuição da quantidade de óvulos trazida pelo aumento da idade, outra causa de infertilidade feminina é a deficiência de ovulação resultante de outros fatores. Mulheres submetidas a tratamentos, como quimioterapia e radioterapia geralmente deixam de ovular. Outra causa de ovulação deficiente é a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), alteração endócrina pela qual os ovários apresentam-se aumentados de tamanho e contêm múltiplos cistos (sacos repletos de líquido).
Outro causa de infertilidade nas mulheres é causada pela endometriose, que é a presença do endométrio fora da cavidade uterina. O endométrio é o tecido interno do útero, que o prepara para receber a gestação. Todo mês, quando a gestação não ocorre, parte do endométrio descama, dando origem à menstruação. Quando essa mucosa aparece em outras partes, que não o útero, é chamado de endometriose. Estudos mostram que 50% das mulheres com endometriose têm problemas de fertilidade. Os problemas podem ser: alteração na ovulação, alteração das trompas (entupimento), deficiência no transporte do óvulo fecundado, dificuldade de fertilização do óvulo e dificuldade de aderência do óvulo fecundado.
A arquiteta Lígia Mendes, 34 anos, foi diagnostica com endometriose o que tem causado dificuldade para engravidar. “No meu caso, eu também tinha cólicas fortes desde a adolescência, mas como era considerado tão comum, nunca investigamos sobre isso e hoje descobri da pior maneira, com a infertilidade”, relata à jovem. Após o diagnostico, a doença foi tratada e Lígia Mendes se preparou para uma inseminação artificial. “O procedimento não deu certo. Meses depois fizemos uma fertilização in vitro (FIV) e o resultado também foi negativo. No ano seguinte, cheguei a engravidar naturalmente e perdi logo no começo. Depois de alguns meses fizemos outra fertilização e o resultado foi indeterminado e depois negativo”, lembra.
Mesmo que os diversos diagnósticos que dificultam a infertilidade possam ser tratados, o psicológico também precisa estar bem estruturado para provocar o insucesso de uma gravidez. “Várias pesquisas demonstram essa relação do aspecto emocional e a dificuldade em engravidar. Muitas vezes, esses casais já passaram por momentos difíceis durante tratamentos sem sucesso ou perdas gestacionais, sendo necessário um apoio psicológico”, indica Dr. Marcelo Cavalcante.
Há também casos em que ambos, marido e mulher, apresentam dificuldades para engravidar, segundo Dr. Marcelo Cavalcante, o que a medicina chama de infertilidade conjugal. “Esse casos chegam a afetar de um a dois casais em cada 10 que tentam engravidar. As causas masculinas e femininas são encontradas isoladamente ou simultaneamente em até 80% de todos os casos”, destaca o especialista. A demora em alcançar uma gravidez espontânea é o critério para o diagnóstico de infertilidade conjugal. O diagnostico é dados quando casais que estão tentando engravidar há, no mínimo, 12 meses sem sucesso. A partir desse período recomenda-se a ajuda de um especialista. O passo seguinte é a investigação do casal. “Para a mulher são realizados exames hormonais que avaliam a ovulação e exames de imagem para investigar a integridade do aparelho reprodutor feminino. Para o homem, o espermograma é o exame de partida. Após essa avaliação inicial do casal, outros exames mais específicos podem ser solicitados”, explica Dr. Marcelo Cavalcante.
O especialista recomenda que esse período de um ano deve ser reduzido para seis meses, quando a mulher tiver 35 anos ou mais. Em casos que sabidamente existe um fator provocando infertilidade, como ovários micropolicísticos ou endometriose, essa busca pelo especialista deve ser imediata. Que foi o que aconteceu com Lígia Mendes, assim que descobriu a causa da sua dificuldade de engravidar buscou logo ajuda médica. “Agora aguardo e me preparo para uma próxima Fertilização In Vitro no ano que vem, ou quem sabe, algum milagre aconteça até lá”, torce a arquiteta.
O ideal é que homens e mulheres quando perceberem, assim como Lígia e Júlio Célio, dificuldade em engravidar procure a ajuda de um médico especializado. Investigar, ao menor sinal de dificuldade e tratar, quando necessário, é o melhor método para quem sonha em ter filhos.
Como prevenir a infertilidade
Existem alguns cuidados que o casal pode adotar para diminuir a possibilidade de infertilidade da mulher, do homem e de ambos. Confira:
• Praticar exercícios físicos regulares e sem exagero.
• Ter boa alimentação e tratar desordens alimentares.
• Proteger o casal das DST’s.
• Planejar a gravidez antes dos 35, que é a idade em que a fertilidade feminina diminui.
• Observar os dias férteis para aproveitar este período de maior chance de gravidez.
• O homem deve evitar roupas muito apertadas, ficar sentado por longos períodos de tempo ou trabalhar em locais muito quentes.
• O abuso das pílulas do dia seguinte também
• Cuidar da saúde de ambos, fazendo exames periódicos e tratando o que for necessário.